Desenvolvimento Rural, Agroalimentar e Pescas
O curso de Identificação e Caracterização de Castas do Dão decorreu no Polo de Inovação de Nelas – Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, de 29 de maio a 27 de novembro de 2025, com a duração de 46 horas. A ação formativa visou preparar os formandos para a correta identificação das castas no campo, destacando as principais características morfológicas, agronómicas e enológicas de cada casta. Com esta formação, a CCDR Centro pretendeu reforçar a importância do estudo das castas enquanto elemento fundamental para a sustentabilidade da viticultura regional e para a valorização dos recursos endógenos. Na sessão de encerramento o vice-presidente da CCDR Centro, Vasco Estrela, entregou os certificados de participação, reconhecendo o empenho e a dedicação dos formandos, a quem agradeceu a confiança depositada na instituição.
A 4ª Edição das Jornadas Técnicas das Prunóideas realiza-se no próximo dia 4 de dezembro de 2025, no Auditório da Escola Superior Agrária de Castelo Branco - ESACB - Institucional, e irá trazer-nos os principais resultados do projeto P2-Resilis, bem como as perspetivas futuras e os desafios que se colocam à fileira. O projeto P2 - Resilis – “Resiliência na Produção Integrada e Sustentável das Prunóideas” Liderado pelo IPCB tem como objetivo principal o estudo de práticas frutícolas mais sustentáveis, quer em termos ambientais, através da procura de alternativas ao uso de pesticidas, quer em termos económicos, através de práticas de menor suscetibilidade a condições meteorológicas adversas, nas culturas da cerejeira e do pessegueiro. O projeto integra um vasto grupo de entidades, nomeadamente a CCDR Centro. Consulte aqui o Programa Inscreva-se em: https://shre.ink/qzUu Saiba mais sobre o projeto P2-Resilis aqui.
O AGRI-PV Nexus 2025 é o Encontro Internacional sobre Agrivoltaica, que terá lugar de 20 a 21 de novembro, na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC-IPC.). Este encontro internacional tem como objetivo reunir decisores políticos, investigadores, profissionais e agricultores para discutir as oportunidades e os desafios da implantação da Agri-PV em Portugal. O programa inclui sessões técnicas (20 de novembro) e visitas a projetos-piloto agrovoltaicos (21 novembro), nomeadamente ao Agriflex – Coimbra e ao FruitPV – Alcobaça. O evento é organizado pela ESAC, em cooperação com o COTHN, INESC Coimbra, INIAV, IP, CCDR Centro, Universidade de Coimbra, Escola Superior Agrária de Santarém, ESAV Viseu, Escola Superior Agrária (IPCB - Politécnico de Castelo Branco). A agro-fotovoltaica (Agri-PV) é a dupla utilização da terra para a produção de energia solar e para a agricultura, oferecendo uma solução inovadora de energia renovável nas explorações agrícolas. Estima-se que uma cobertura de apenas 1 % da terra agrícola utilizada com sistemas Agri-PV permitiria a instalação de 1 TW de capacidade fotovoltaica, muito acima das metas da UE. No entanto, continuam a existir desafios importantes: a falta de uma definição à escala da UE, o risco de reclassificação dos terrenos e perda de subsídios da PAC, a complexidade dos processos de licenciamento, as questões relacionadas com a ligação à rede, o aumento dos preços dos terrenos que afeta os agricultores, o equilíbrio entre a procura e a produção de energia, a biodiversidade e o rendimento das culturas. O Encontro Internacional sobre Agrivoltaica será uma excelente oportunidade para obter informação sobre os contributos desta tecnologia para a transição energética. Inscrição gratuita aqui, mas obrigatória. Mais informações aqui.
A CCDR Centro esteve presente na sessão de encerramento do projeto HARVEST que decorreu no passado dia 14 de novembro, no auditório @Brigantia Ecopark Este evento teve como principais objetivos a apresentação dos resultados científicos e tecnológicos das sete atividades do projeto 𝗣𝗥𝗥 𝗛𝗔𝗥𝗩𝗘𝗦𝗧. São eles a valorização da colaboração entre parceiros institucionais e territoriais e a promoção da partilha de conhecimento com a comunidade científica, empresarial e local. O projeto HARVEST é executado por um consórcio liderado pelo MORE Colab - Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação, do qual a CCDR Centro é parceira, e teve como objetivo potenciar a utilização de práticas sustentáveis na agricultura familiar em toda a cadeia de valor, desde a produção até ao consumidor final, num diálogo aberto com os preceitos da Dieta Mediterrânica. Mais informações em projetoharvest.pt.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR Centro) vai promover três sessões de divulgação sobre "As Zonas Vulneráveis e o seu impacto na produção agropecuária". O objetivo destas sessões é sensibilizar as pessoas que trabalham na atividade agropecuária a adotarem medidas que possam reduzir a poluição das águas causada ou induzida por nitratos de origem agrícola e impedir a propagação da referida poluição nas Zonas Vulneráveis. Não se trata apenas da poluição das águas, mas também do que podem causar na saúde humana, caso sejam ingeridas. Ação de Divulgação em Oliveira do Bairro: - Local: Oliveira do Bairro - Porto Clérigo - Troviscal - Data: 19 novembro - Hora: 14h30 - Parceiros: CALCOB Ação de Sensibilização na Murtosa: - Local: Sede da Junta de Freguesia do Bunheiro - Data: 20 novembro - Hora: 14h30 - Parceiros: PROLEITE, JUNTA FREGUESIA DO BUNHEIRO Ação de Sensibilização na Tocha: - Local: Armazéns da Cooperativa Agrícola da Tocha - Andrades - Data: 27 novembro - Hora: 14h30 - Parceiros: LACTICOOP E CAT
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, I.P. (CCDR Centro) promove, no dia 27 de novembro, no Polo de Inovação de Anadia - Estação Vitivinícola da Bairrada, o curso “Iniciação à Poda da Vinha”. Esta formação visa introduzir os participantes nos princípios fundamentais da poda. O curso inicia-se com a abordagem de conceitos teóricos essenciais — como a carga e as épocas de poda — e prossegue com demonstrações práticas, que incluem a poda de formação e a poda de manutenção. Combinando teoria e prática, esta formação proporciona aos formandos as bases necessárias para compreender e executar a poda de forma segura, eficiente e adaptada às necessidades de cada videira." A poda da videira é uma operação indispensável ao seu cultivo, sendo determinante para o equilíbrio, sanidade, longevidade e produtividade da planta. Existem vários tipos de poda, que variam consoante a idade da videira e os objetivos pretendidos, desde a formação da planta até à manutenção da produção. Faça aqui a sua inscrição: https://forms.gle/VqH6A9zueCUQTetR9 Preço de inscrição: 10€
A RNAES- Rede Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável, da qual a CCDR Centro é parceira, quer conhecer e valorizar as iniciativas que estão a tornar a alimentação equilibrada e sustentável uma realidade em Portugal. Está agora a recolher Boas Práticas que contribuam, de forma concreta, para estes objetivos. Essas iniciativas, sejam projetos, entidades ou territórios, serão avaliadas através de um referencial de sustentabilidade desenvolvido especialmente para este propósito.As Boas Práticas identificadas serão divulgadas e promovidas publicamente pela RNAES, reforçando o seu papel inspirador, a partilha de conhecimento e a colaboração entre projetos e entidades parceiras.Participe e partilhe aqui a sua boa prática.
O Parlamento Europeu adotou, no dia 23 de outubro, o acordo político provisório sobre a proposta de lei de monitorização dos solos apresentada pela Comissão Europeia. A nova diretiva enquadra-se na ambição da União Europeia de alcançar “poluição zero” até 2050 e visa criar um quadro comum e coerente para a avaliação e melhoria da qualidade dos solos em toda a Europa. A nova legislação entrará em vigor 20 dias após a sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia, e os Estados-Membros disporão de três anos para garantir a conformidade com as novas disposições. Poderá consultar mais detalhes no site da Parceria Portuguesa para o Solo.
A CCDR Centro, através do seu Polo de Inovação de Coimbra, promove, no dia 17 de outubro, um dia aberto no Loreto, dedicado aos “Saberes do Milho: variedades, práticas agrícolas e tradições”. Esta iniciativa, que une a sabedoria tradicional às práticas agrícolas mais inovadoras, pretende valorizar o milho e as culturas associadas, promovendo a sustentabilidade e a regeneração dos sistemas agrícolas. Participe! Faça aqui a sua inscrição. https://forms.gle/P43mRBNDcyXsboDaA Para além da sua vertente técnica e científica, este evento destaca-se também pela importância da divulgação e demonstração em ciências agrárias, fundamentais para a transferência de conhecimento e para a aproximação entre a investigação, os agricultores e a sociedade. As ações de demonstração e partilha de resultados experimentais são essenciais para transformar a ciência em práticas concretas no terreno, contribuindo para sistemas produtivos mais resilientes e sustentáveis. O evento insere-se igualmente num contexto de colaboração ativa entre instituições de ensino superior, centros de investigação e entidades do setor agrícola, reforçando as parcerias estabelecidas através de projetos IED (Inovação, Experimentação e Demonstração), financiados através do Plano de Recuperação e Resiliência. A realização de trabalhos experimentais em articulação com a academia, nomeadamente no âmbito de programas doutorais e projetos de investigação aplicada, constitui uma mais-valia na geração e difusão de conhecimento científico, técnico e cultural no domínio das ciências agrárias. Serão apresentados trabalhos e estudos em curso, como sejam: Práticas Agroecológicas — a redescoberta das consociações agrícolas, práticas ancestrais que estão a ser reinterpretadas com base em métodos científicos atuais. No Loreto, encontra-se em curso um ensaio experimental que integra e moderniza estes saberes, fundamentais nas práticas agrícolas tradicionais associadas ao milho. Estão a ser comparados dois sistemas históricos: o milho-feijão, consociação tradicional em Portugal, e o milho-feijão-abóbora, amplamente utilizado pelas comunidades indígenas da América do Norte. Ambos os sistemas foram instalados em linhas para garantir rigor científico e estão a ser comparados com as respetivas monoculturas (milho, feijão e abóbora). O objetivo é quantificar os benefícios da sinergia entre estas culturas, avaliando a produtividade, a fertilidade do solo e a sustentabilidade do sistema. São monitorizados parâmetros como o crescimento das plantas, a gestão da água no solo e as dinâmicas do carbono e do azoto, unindo o conhecimento agrícola do passado a dados técnicos modernos. Este trabalho oferece aos agricultores informação prática e precisa para otimizar os seus sistemas de cultivo e melhorar a sustentabilidade do milho. Seguindo o mesmo eixo agroecológico, destacam-se também as culturas intercalares e o renascer das leguminosas. Num contexto europeu em que cerca de 70% dos solos agrícolas apresentam degradação grave ou muito grave — devido à erosão, compactação e perda de matéria orgânica — a instalação de culturas de cobertura ou intercalares surge como uma ferramenta essencial para a preservação dos solos. As leguminosas, pela sua capacidade de fixar azoto atmosférico e melhorar o teor de matéria orgânica, são uma peça-chave nesta estratégia. No Vale do Baixo Mondego, a inclusão de espécies adaptadas às condições locais de solo e clima representa uma oportunidade de grande interesse [...]
Agricultura e Pescas
Agricultura e Pescas
A CCDR Centro marcou presença no evento de networking do projeto Inov Rural, realizado recentemente em Trancoso, a convite da Associação InovTerra. O encontro foi uma oportunidade única para partilhar experiências e discutir temas relevantes para o desenvolvimento rural, com especial destaque para “A Mulher na Agricultura”. O evento contou com a participação de mulheres empreendedoras, da CCDR Centro, da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, dos Municípios de Trancoso e Mêda, da Junta de Freguesia de Aldeia Nova, da Empresa Josefinas, do Grupo Intermarché e a participação especial da empreendedora social, Teresa Pouzada. O encontro promoveu momentos de partilha entre todos os participantes, reforçando a colaboração entre instituições públicas e privadas, proporcionando um debate rico em perspetivas e experiências.
O Dia do Mediterrâneo de 2025 assume um peso simbólico acrescido por coincidir com o 30º aniversário do Processo de Barcelona (Declaração de Barcelona, 1995). Marco que lançou uma nova agenda de cooperação entre a Europa e os países da bacia mediterrânica, cobrindo domínios políticos, económicos, culturais e ambientais. Celebrar esta data é, por isso, também uma oportunidade para avaliar o legado dessas três décadas: avanços em projetos concretos de cooperação regional, mas igualmente desafios persistentes em matéria de paz, justiça climática e desenvolvimento sustentável. A herança do Processo de Barcelona traduziu-se, ao longo do tempo, na criação de mecanismos e parcerias que hoje continuam ativos, como a União para o Mediterrâneo, e em redes de projetos que procuram ligar investigação, mobilidade académica, inovação e políticas públicas para enfrentar problemas transfronteiriços (recursos hídricos, conservação marinha, adaptação climática, segurança alimentar). A efeméride de 30 anos convida não só à celebração, mas a um balanço crítico que oriente um renovado pacto mediterrânico para a próxima década. Em Portugal, e em especial na região Centro, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro tem vindo a articular iniciativas que enquadram o património mediterrânico, como a Dieta Mediterrânica, na estratégia regional de desenvolvimento sustentável. A CCDR Centro organizou sessões e elaborou uma agenda para a valorização e salvaguarda da Dieta Mediterrânica, ligando alimentação, saúde, cultura, agricultura e turismo como componentes de uma política territorial integrada. Essas ações locais são exemplos práticos de como a dimensão mediterrânica se traduz em políticas regionais concretas.
Proclamado em 2019 pela UNESCO, o Dia Mundial da Oliveira celebra-se todos os anos a 26 de novembro e presta homenagem a uma árvore que atravessa civilizações, gerações e culturas. A oliveira — e especialmente o seu emblemático ramo — simboliza paz, sabedoria e harmonia desde a antiguidade. A sua presença é essencial não apenas nos países onde cresce, mas nas histórias, tradições e identidades de comunidades espalhadas por todo o mundo. A data convida à reflexão e à celebração, com atividades promovidas pela UNESCO que incluem debates, conferências, workshops, eventos culturais e exposições dedicadas ao valor desta árvore milenar. Segundo a Diretora-Geral da UNESCO, Audrey Azoulay, a oliveira é “uma árvore universal, que acompanha a humanidade há milhares de anos”, representando resiliência, continuidade e esperança. O objetivo deste dia é destacar a importância de proteger e preservar a oliveira — um recurso vital para o património rural, social, económico e ambiental. Num mundo em transformação climática, conservar estas árvores e as paisagens que moldam é mais urgente do que nunca. Hoje, celebramos não apenas uma árvore, mas um símbolo que inspira união e sustentabilidade para as gerações futuras.
O Dia Mundial da Televisão celebra-se hoje, 21 de novembro, constituindo uma oportunidade para refletir sobre o papel deste meio na difusão do conhecimento e na valorização de setores fundamentais da sociedade, entre os quais se destaca a agricultura. A CCDR Centro, através da Unidade de Desenvolvimento Rural e Agroalimentar, associa-se a esta efeméride recordando, desde logo, o saudoso Eng.º Sousa Veloso, figura icónica da televisão portuguesa graças ao programa “TV Rural”, emitido pela RTP entre 1960 e 1990. A sua forma calma, pedagógica e acessível de comunicar tornou-o uma referência na divulgação de conhecimentos sobre agricultura, pecuária e vida no meio rural. O programa tornou-se um símbolo da televisão pública e uma verdadeira ponte entre o campo e a cidade, valorizando o trabalho agrícola num período em que Portugal era ainda maioritariamente rural. Mais recentemente, tanto os canais generalistas como os temáticos continuam a reservar espaço à agricultura. Na RTP1, programas como Portugal em Direto e Aqui Portugal dão frequentemente destaque a produtos locais, projetos agrícolas inovadores e iniciativas ligadas à sustentabilidade, tendência igualmente seguida pela SIC e pela TVI. A este panorama televisivo recente soma-se o novo canal “Conta Lá”, uma plataforma de media lançada em 2025, com foco nas regiões, no mundo rural e na proximidade local. A nível internacional, merecem referência dois programas que têm contribuído de forma exemplar para divulgar o universo agrícola, abordando simultaneamente as suas tradições e os desafios contemporâneos da modernização e da sustentabilidade: “Countryfile” (BBC, Reino Unido): um dos mais emblemáticos programas sobre agricultura e vida rural, em exibição desde 1988. Apresenta reportagens sobre práticas agrícolas, políticas rurais, conservação ambiental e histórias das comunidades rurais britânicas, combinando informação técnica com grande sensibilidade humana. “Landline” (ABC, Austrália): no ar desde 1991, é o principal programa australiano dedicado ao mundo rural. Oferece uma cobertura aprofundada de temas como agricultura, pecuária, exportações, clima e políticas agrícolas, sendo amplamente reconhecido pela sua qualidade jornalística e forte ligação às comunidades rurais. No Dia Mundial da Televisão, importa reconhecer o valor deste meio na manutenção da ligação entre os portugueses e a terra que os alimenta.
O Relatório do Estado das Culturas e Previsão de Colheitas referente ao mês de agosto de 2025, na área de influência da CCDR Centro, encontra-se disponível para consulta. Este documento fornece uma análise detalhada sobre o estado das culturas e as previsões de colheitas na região. O Estado das Culturas e Previsão de Colheitas (ECPC) é um projeto mensal que tem como principal objetivo recolher e disponibilizar informação previsional sobre áreas cultivadas, rendimentos e produções das principais culturas agrícolas. Trata-se de uma ferramenta essencial para agricultores, técnicos e todos os interessados no setor agrícola, na medida em que lhes permite planear e gerir as atividades agrícolas de forma mais eficaz. Para obter mais informações, consulte o relatório completo aqui e fique a par das últimas atualizações sobre o estado das culturas na região.
O Dia Mundial da Filosofia celebra-se anualmente como momento de reflexão sobre o papel da filosofia nas nossas vidas. Quando procuramos relacionar esta celebração com o mundo da agricultura, abrimos um caminho pouco convencional de pensamento: como pensar filosoficamente o cultivo da terra, a prática agrícola, e a relação humana/natureza ao longo da história. A Unidade de Desenvolvimento Rural e Agroalimentar, da CCDR Centro, associa-se a esta celebração na perspetiva de contribuir para que se passe a olhar para a agricultura não apenas como sector económico ou conjunto de técnicas, mas como espaço de reflexão filosófica: sobre o humano, a natureza, a técnica e a ética. Na Grécia antiga a agricultura não era apenas uma atividade económica, mas uma prática vital que se entrelaçava com a ética, a polis e a constituição da comunidade. O cultivo da terra configurava-se como um modo de vida virtuoso, que formava pessoas e comunidades. Podemos ver neste período uma abordagem ontológica e antropológica: a relação do ser humano com a natureza (terra, solo, animais) aparece como fonte de bem-estar, de virtude e de ordem comunitária. Por exemplo, segundo Aristóteles, o agricultor forma‐se no esforço físico, no cuidado com o solo e no domínio de si, práticas que contribuem para o carácter virtuoso. Por outro lado, autores contemporâneos apontam para o que se designa por “filosofia agrária”: uma corrente que afirma que a agricultura não é apenas mais um ramo económico, mas tem papel constitutivo em instituições sociais, virtudes humanas e ecologia. Um autor central nesta viragem contemporânea é Paul B. Thompson, cujas obras são ponto de convergência entre ética, tecnologia agrícola, identidade alimentar e filosofia ambiental. Para este autor, agricultura torna-se campo de investigação filosófica: “quem somos enquanto seres que cultivam, que comem e que vivem em sistemas alimentares? Que tecnologia empregamos e com que consequências? Que valores moldam esses sistemas?” Em Portugal, a reflexão sobre a relação entre filosofia e agricultura encontra ecos tanto no registo histórico como no ético-normativo. Por exemplo, A. H. de Oliveira Marques, historiador formado em Ciências Histórico-Filosóficas, dedicou-se a estudar a evolução da agricultura portuguesa ao longo dos séculos e publicou a obra Introdução à História da Agricultura em Portugal, em que analisa, entre outros temas, a questão cerealífera na Idade Média em Portugal. Nesta abordagem vemos como a agricultura não é só técnica ou económica, mas também parte integrante da constituição social, cultural e histórica do país, o que remete para uma filosofia da prática agrícola enquanto elemento formador da comunidade e da paisagem. Paralelamente, no domínio mais explicitamente filosófico e ético, a obra de Maria do Céu Patrão Neves, professora de Ética que foi consultora para o setor da Agricultura e Pescas, leva-nos a pensar que a agricultura portuguesa não pode prescindir de uma reflexão ética sobre os fins, práticas e técnicas agrícolas. Assim, celebrando o Dia Mundial da Filosofia, convém lembrar que os agricultores, os decisores e os cidadãos portugueses são chamados a refletir não apenas sobre “como” cultivamos, mas “porquê” e “para quem” [...]
A União Europeia apresentou uma proposta de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) que pretende tornar a agricultura mais atrativa, reforçar a coesão das zonas rurais e dar mais flexibilidade aos Estados-Membros na gestão dos apoios. Segundo a Comissão Europeia, cada país deverá definir a sua própria estratégia, com medidas específicas para jovens agricultores, pequenas explorações e territórios desfavorecidos. Esta nova abordagem permitirá ajustar os apoios às realidades locais, com base em critérios objetivos como o rendimento agrícola. Entre as novidades destaca-se um “pacote de arranque” para jovens agricultores, que inclui: apoio à instalação, complemento ao rendimento, incentivos ao investimento e acesso a instrumentos financeiros. A reforma prevê também o reforço das condições de vida no meio rural, através de serviços de substituição nas explorações que permitirão aos agricultores aceder a licenças de doença, maternidade ou férias. A proposta segue agora para discussão no Parlamento e no Conselho da UE, com impacto direto nas estratégias nacionais — um tema particularmente relevante para Portugal, marcado pelo envelhecimento rural e pela diversidade territorial. Cada Estado-Membro deverá agora definir o seu Plano Estratégico da PAC, ajustado à sua realidade agrícola, económica e territorial. Esta abordagem permitirá aplicar apoios de forma mais adaptada a diferentes grupos de agricultores — como jovens, pequenas explorações ou zonas desfavorecidas — com base em critérios objetivos como o rendimento agrícola ou características das paisagens rurais. A CCDR Centro acompanhará a evolução do processo legislativo europeu, assim como a preparação do Plano Estratégico nacional. A realidade territorial da Região Centro — marcada pela diversidade agrícola, por desafios de envelhecimento rural e pela necessidade de reforço da atratividade do sector — exige uma aplicação próxima e inteligente destas medidas, garantindo que os agricultores, as comunidades rurais e o tecido económico regional aproveitam plenamente as novas oportunidades. Foco na Renovação Geracional Um dos pilares centrais da reforma é o incentivo claro à instalação de jovens agricultores, incluindo: Apoios à primeira instalação; Complemento ao rendimento com base na superfície agrícola; Apoio ao investimento; Acesso simplificado a instrumentos financeiros. Valorização das Condições de Vida nas Zonas Rurais A reforma introduz ainda apoios para serviços de substituição nas explorações agrícolas, permitindo que agricultores tenham acesso a licenças de doença, maternidade ou férias. Trata-se de um reconhecimento da importância do bem-estar dos profissionais rurais e de condições de vida mais equilibradas — fatores decisivos para atrair novas gerações. Transparência e Acesso à Terra Para enfrentar a crescente dificuldade de acesso à terra, será criado um Observatório Europeu da Terra, destinado a: Facilitar a identificação de terrenos agrícolas disponíveis; Mediar processos entre quem abandona a atividade e quem pretende iniciar; Contribuir para um mercado fundiário mais transparente e funcional. Esta medida procura responder a uma das principais barreiras à entrada de jovens agricultores.
Integrado no Projeto Interior+, realizou-se, no dia 12 de novembro de 2025, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), o evento “Mulheres que Cultivam o Futuro”. O encontro teve como objetivos promover a partilha de experiências, divulgar boas práticas e discutir os desafios e oportunidades que marcam a agricultura moderna. O IPG sublinha que a presença de mulheres em posições de liderança agrícola representa não só uma mudança social positiva, mas também um motor decisivo para o desenvolvimento regional e para a sustentabilidade ambiental. A CCDR Centro esteve representada por Vanda Batista, Diretora da Unidade de Desenvolvimento Rural e Agroalimentar, que, sob o tema “O Papel da Mulher na Agricultura”, traçou uma viagem histórica, evidenciando o papel da mulher desde o início da agricultura até aos dias de hoje e destacando a sua resiliência, a evolução das suas funções e a crescente profissionalização e liderança no setor. Os dados estatísticos confirmam o aumento da participação feminina na gestão agrícola, reforçando o papel das mulheres como agentes fundamentais na dinamização económica, na inovação e na sustentabilidade. Portugal continua a destacar-se no panorama agrícola europeu, apresentando 33,3% das explorações agrícolas geridas por mulheres, superando a média da União Europeia, situada nos 30,1%. Estes números refletem a crescente relevância das mulheres na agricultura e o seu impacto direto nas comunidades rurais. Foi ainda sublinhado que a presença de mulheres em posições de liderança agrícola representa uma mudança social positiva, constituindo também um motor decisivo para o desenvolvimento regional e para a sustentabilidade ambiental. A pertinência desta temática é reforçada pelo anúncio de que 2026 será o Ano Internacional da Mulher Agricultora, proclamado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), reconhecendo oficialmente o contributo essencial das mulheres agricultoras a nível global.
9 de novembro de 2024 | 9 de novembro de 2025 A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, I.P. (CCDR Centro) assinala um ano de participação nos Mercadinhos da Margem Esquerda, uma iniciativa do UC Exploratório – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra. Ao longo deste ano, a parceria tem permitido estreitar laços entre produtores, consumidores e instituições, promovendo a valorização dos produtos locais e o diálogo entre ciência, sustentabilidade e território. Entre os vários momentos de destaque, a celebração do Dia Internacional da Maçã, no passado 21 de outubro, reuniu centenas de visitantes numa prova de degustação de variedades regionais de maçãs. A atividade despertou grande curiosidade e entusiasmo, tendo tido amplo impacto mediático, com presença em reportagens e notícias de vários canais de comunicação regionais e nacionais. Neste primeiro aniversário, a CCDR Centro voltou ao UC Exploratório com o cheiro e sabor das maçãs regionais, evocando nos mais novos a descoberta e, nos mais velhos, as memórias gustativas que fazem parte da identidade do território. Mais do que uma presença simbólica, esta colaboração reforça o compromisso da CCDR Centro com o desenvolvimento sustentável, a valorização dos produtos endógenos e a dinamização das redes de proximidade que fortalecem a região Centro. “Celebrar este primeiro ano é celebrar também o diálogo entre ciência, território e comunidade”, sublinha a Diretora da Unidade de Desenvolvimento Rural e Agroalimentar da CCDR Centro.




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