Última paragem: Terras de Lafões
Última paragem: Terras de Lafões
A Indicação geográfica (IG) “Terras do Dão”, também reconhece a sub-região Terras de Lafões como indicação complementar. Esta indicação pode ser usada para a identificação de vinho branco, tinto, rosado ou rosé e vinho espumante que satisfaçam os requisitos estabelecidos. No âmbito da IG Terras do Dão, a sub-região Terras de Lafões pode ser utilizada na rotulagem como indicação complementar, quando os respetivos vinhos e vinho espumante forem obtidos com a utilização exclusiva de uvas produzidas e vinificadas na respetiva área geográfica. Lafões é uma pequena região de transição, encravada entre as denominações do Dão e Vinho Verde, cortada pelo rio Vouga, com solos maioritariamente graníticos.
Nas castas brancas prosperam o Arinto, Cerceal, Dona Branca, Esgana Cão e Rabo de Ovelha, sendo os tintos dominados pelas castas Amaral e Jaen. Por regra, os vinhos de Lafões mostram um pendor acídulo, apresentando um estilo semelhante ao da denominação vizinha do Vinho Verde.
Situada na parte mais ocidental da Beira Central, a Região de Lafões é uma sub-região natural, constituída pelas terras tributárias do curso médio do Vouga e dos seus afluentes Sul e Ribamá que, vindos de margens opostas, confluem junto de S. Pedro do Sul. Possui esta região, características próprias que a distinguem das regiões vizinhas. O geógrafo Amorim Girão Leite de Vasconcelos considera que ela constitui “um todo homogéneo, correspondendo a uma verdadeira região natural”. Também diz que “existe uma unidade territorial ou sub-região denominada Lafões”. Servindo-nos do estilo lapidar de Raul Proença, diríamos que “Lafões é uma formosa região que se esconde entre o Maciço da Gralheira e o Caramulo, cortada pelo rasgão do Vouga”. Sem quebra da sua unidade geográfica, Lafões é uma região diversificada, a lembrar umas vezes o Douro, com culturas em socalco, outras vezes o verdejante Minho, não faltando até, nalguns lugares, a “vinha de enforcado”. De grande beleza natural, Lafões possui uma unidade geográfica e uma notável unidade histórica lhe corresponde.
Referências
Comissão Vitivinícola Regional do Dão: https://www.cvrdao.pt/pt/a-cvr-do-dao/
Galacho, C. (2007) – A Química “doce” do vinho, Departamento de Química, Universidade de Évora.
Vinhos de Portugal: https://winesofportugal.com/pt/descobrir/regioes-vitivinicolas/dao-e-lafoes/
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