Maçã Bravo de Esmolfe DOP
Maçã Bravo de Esmolfe DOP
Portugal, e neste caso em concreto a região Centro, possui um vastíssimo conjunto de produtos alimentares associados à Dieta Mediterrânica que representam uma memória viva de sabores a preservar e a descobrir. Assim, com a chegada da sua colheita, chega também o perfume e o sabor característico da Maça Bravo de Esmolfe. Este é mais um dos Produtos Tradicionais Portugueses com Denominação de Origem Protegida (DOP).
Joaquim Vieira da Natividade descreveu-a como a “legitima ufania da fruticultura beirense”.
Deveu-se ao Eng.º Agrónomo Luís Quartin Graça, enquanto Presidente da Junta Nacional das Frutas, a iniciativa do reconhecimento frutícola da região principal produtiva da maçã «Bravo de Esmolfe». Este trabalho, que contou com a colaboração do Diretor da Estação Agrária de Viseu, Eng.º António Augusto Monteiro do Amaral, foi executado por técnicos da Junta que procederam ao reconhecimento frutícola das freguesias dos concelhos de Mangualde, Nelas, Fornos de Algodres e Penalva do Castelo e, ainda, das freguesias de Rio de Moinhos, Silvã e S. Miguel de Vila Boa do concelho do Sátão. De outubro de 1946 a junho de 1947, organizou-se um cadastro de todas as fruteiras existentes na região e com ele dar a conhecer o valor de uma região frutícola com especial interesse para a cultura da macieira.
Segundo a investigadora Isabel Dinis “a Bravo de Esmolfe, conhecida desde o séc. XIX, é uma variedade de macieira oriunda da aldeia de Esmolfe, no concelho de Penalva do Castelo, e resultou, provavelmente, de um cruzamento acidental entre duas variedades mais antigas ou de uma mutação genética de uma macieira brava. O seu perfume e o sabor doce e peculiar, associados a uma boa capacidade de conservação, fizeram dela uma das variedades mais apreciadas na região e ditaram a sua rápida expansão para os concelhos mais próximos” (Dinis, 2007, p. 2).
A região de produção da maçã Bravo de Esmolfe é influenciada, do ponto de vista climático, pela proximidade de montanhas de grande altitude, nomeadamente pela Serra da Estrela e do Caramulo. A sua área geográfica de produção estende-se pelos Concelhos de Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Pinhel, Seia e Trancoso, no distrito da Guarda. Pelos Concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão, no distrito de Castelo Branco. Pelos Concelhos de Arganil, Tábua e Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra. Pelos Concelhos de Tondela, Santa Comba Dão, Carregal do Sal, Nelas, Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão, Aguiar da Beira, Viseu, S. Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva, Castro Daire, Sernancelhe, Penedono, Moimenta da Beira, Tarouca, Lamego e Armamar, no Distrito de Viseu.
Referências:
Dinis, I. (2007) – “A certificação de variedades tradicionais da maça. O caso particular da Denominação de Origem da Bravo de Esmolfe”. Seminários CERNAS. Biodiversidade e Denominação de Origem. Uma problemática global. Coimbra.
https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/frutos-frescos/845-maca-bravo-de-esmolfe-dop
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