Outubro é o Mês do Idoso
Outubro é o mês dedicado aos idosos — ou, para nós da CCDR Centro, o mês de celebrar aqueles que carregam nas rugas as mais belas histórias, nas mãos o carinho mais genuíno e no olhar a sabedoria que o tempo ensina.
De acordo com o Centro de Informação Europeia Jacques Delors (EUROCID), “o Dia Internacional do Idoso celebra-se anualmente a 1 de outubro. Este dia tem como objetivo destacar a importância do idoso na sociedade, bem como consciencializar para as oportunidades e desafios do envelhecimento no nosso tempo”. Em Portugal, contudo, outubro é reconhecido como o mês do idoso.
Na CCDR Centro, queremos que o Dia Internacional do Idoso seja mais do que uma data assinalada no calendário — que se transforme num convite à reflexão, ao respeito e à gratidão. Que possamos ver o envelhecer não como um fardo, mas como um privilégio. Acreditamos que cada idoso é um livro vivo, repleto de capítulos de coragem, superação e amor. Foram eles que abriram caminhos, transmitiram valores e mostraram, pelo exemplo, que o tempo não é inimigo, mas um artista que molda a alma com ternura e força.
Não podemos esquecer que, “durante as próximas três décadas, prevê-se que o número de pessoas idosas em todo o mundo mais do que duplique, ultrapassando os 1,5 mil milhões em 2050” (EUROCID).
Neste contexto, e tendo como inspiração o tema definido para 2025 — “As Pessoas Idosas Impulsionam Ações Locais e Globais: as Nossas Aspirações, o Nosso Bem-Estar e os Nossos Direitos” —, iremos dar destaque ao projeto “Rostos da Aldeia”, da Associação Rostos da Aldeia liderado pela jornalista Luísa Pinto, através da publicação de vídeos que evidenciam o papel transformador dos idosos na construção de sociedades mais resilientes e equitativas.
O projeto “Rostos da Aldeia” é uma plataforma dedicada à partilha de histórias positivas de todos aqueles que contribuem para contrariar o despovoamento, dando voz a pessoas — jovens e idosas — que lutam para o inverter.
Com o objetivo de valorizar os territórios de baixa densidade, as aldeias de Portugal são o ponto de partida para promover exemplos únicos ligados à boa hospitalidade, à gastronomia de qualidade, às artes e ofícios, às tradições e à cultura popular — exemplos que reforçam as conexões humanas, económicas e sociais essenciais ao desenvolvimento rural sustentável e inclusivo.
Almalaguês, Coimbra
Pertencente ao município de Coimbra, Almalaguês é uma freguesia que combina uma rica herança cultural, tradições artesanais e uma paisagem diversificada. Fundada há mais de mil anos por um árabe, diz-se que foi ele quem trouxe para Almalaguês o primeiro tear, inaugurando uma atividade que ainda hoje é das mais fortes na região. Com um movimento associativo muito forte, e uma notável coesão para preservar iguarias gastronómicas como o arroz doce ou os negalhos, as tecedeiras de Almalaguês e o Encontro de Gaiteiros que a freguesia organiza todos os anos tornaram esta aldeia um interessante destino de visita.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/almalagues/
Cabreira do Côa, Guarda
Cabreira do Côa é uma pequena aldeia do distrito da Guarda, localizada no extremo oeste do concelho de Almeida, já bem perto da fronteira com Espanha. Com uma altitude média de 720 metros, fica numa encosta da margem direita da Ribeira das Cabras, aninhando-se num pequeno vale abrigado por pedras arredondadas. O pequeno povoado tem no centro a Igreja Matriz, considerada uma das mais belas e amplas de todo o concelho. Tal como a igreja, também as muitas “alminhas” situadas nas encruzilhadas dos caminhos, e com relevante valor artístico, chegam até nós em precioso estado de conservação.
Mas, se o património natural e edificado é merecedor de referência e visita, o património humano é ainda de maior impacto. É na aldeia de Cabreira que vivem há quase 25 anos muitos dos companheiros da ASTA – Associação Socioterapêutica de Almeida, mostrando como é possível uma verdadeira inclusão social de pessoas com multideficiência.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/cabreira/
Alcaide, Fundão
O Alcaide é uma das mais antigas povoações da Serra da Gardunha, com uma longa história. Passou de pequeno lugar a aldeia, depois foi vila e sede de concelho. Com a criação do concelho do Fundão, que agora integra, passou a ser freguesia e voltou a ser uma aldeia, com cerca de 580 habitantes. Mas nunca deixou de ser uma aldeia importante, berço de figuras políticas como João Franco, ministro de D. Carlos, ou Cunha Leal, deputado constituinte. O Alcaide integra a rede das Aldeias de Montanha, com os seus invernos rigorosos e verões escaldantes e é considerada uma aldeia típica Beirã, onde se pode desfrutar da natureza que rodeia a aldeia e da belíssima paisagem envolvente que alcança os aluviões da Cova da Beira e a majestosa Serra da Estrela. É conhecida pela qualidade das suas cerejas e pela exuberância dos seus cogumelos. Organiza o curioso Festival dos Míscaros, em novembro, e a maior festa da aldeia realiza-se em honra de São Macário, três semanas depois da Páscoa.
https://www.rostosdaaldeia.pt/castelo-branco/alcaide/
Figueiró e Freixo da Serra, Gouveia
Estão no território mais afastado da sede do concelho, Gouveia, e desde 2013 que são uma freguesia una, mas tanto Figueiró da Serra como Freixo da Serra possuem uma identidade própria que merece bem uma visita. Na aldeia de Figueiró da Serra destaque para a curiosidade de, em tempos, ter sido sede da Ordem de Malta, e para a Capela de Santa Eufémia onde existem dois painéis atribuídos ao conhecido pintor do século XV, Nuno Gonçalves. Em Freixo da Serra, um destaque para o Museu do Freixo, um antigo forno comunitário que se tornou uma espécie de casa de memória onde é possível conhecer tradições e histórias de toda a região.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/figueiro-freixo-da-serra/
Manhouce, São Pedro do Sul
A freguesia de Manhouce é uma das maiores do concelho de São Pedro do Sul. Situa-se em pleno maciço da Serra da Gralheira, numa zona limítrofe entre a Beira Litoral e a Beira Alta, e sempre soube equilibrar o isolamento proporcionado pelo ambiente serrano com os visitantes que a atravessavam desde o tempo dos romanos. Com uma riqueza etnográfica de assinalar, Manhouce é também terra de assinaláveis atrativos naturais, como o famoso Poço Negro, e iguarias gastronómicas – a vitela de Lafões apascenta-se por aqui.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/manhouce/
Jarmelo, Guarda
Jarmelo é uma antiga vila e sede de município português, estatuto que perdeu em 1855, ano em que foi extinto e o seu território integrado no concelho (atual município) da Guarda. As primeiras referências ao Jarmelo reportam à Idade do Bronze. Em 1143, ano em que Portugal desenhou as suas fronteiras e D. Afonso Henriques assinou o tratado de Zamora, também rubricou a 1ª Carta e Foral ao Jarmelo. Foi castro romano, vila medieval, sede de concelho. As reformas administrativas foram fragmentando o território e, hoje em dia, as pequenas aldeias espalham-se por mais do que uma freguesia. Reza a lenda que um dos executantes do assassínio de Inês de Castro era de Jarmelo. Segundo a lenda D. Pedro I mandou destruir a vila de Jarmelo. Mas têm uma entidade própria e, até, uma raça autóctone: a vaca Jarmelista.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/jarmelo/
Campo Benfeito, Castro Daire
Situada a pouco mais de mil metros de altitude, a aldeia serrana de Campo Benfeito é local de visita anual para os amantes do Festival Altitudes, organizado pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro. E é também destino dos que apreciam as peças de vestuário em tecidos tradicionais (como o burel, o linho, a lã, o algodão) confecionados com um toque de ousadia e modernidade pelas mulheres que integram a cooperativa Capuchinhas. Uma aldeia que merece ser conhecida não só pelo seu património cultural e edificado, mas, sobretudo, pelas suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/campo-benfeito/
Ferraria de São João, Penela
Localizada no concelho de Penela, a aldeia de Ferraria de São João integra a rede das Aldeias do Xisto, engrossando o núcleo da Serra da Lousã. Tem pouco mais de 40 casas, e muitas permanecem desabitadas; mas há qualquer coisa especial em Ferraria, que tem permitido a chegada de novos habitantes. Pode ser a sua beleza natural (um anfiteatro de casas emoldurado por uma crista montanhosa), as suas tradições seculares, as novas ofertas turísticas. E, com certeza, a resiliência das suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/ferraria-de-sao-joao/
Referências:
EUROCID: https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-do-idoso
Rostos da Aldeia: https://www.rostosdaaldeia.pt/
Outubro é o mês dedicado aos idosos — ou, para nós da CCDR Centro, o mês de celebrar aqueles que carregam nas rugas as mais belas histórias, nas mãos o carinho mais genuíno e no olhar a sabedoria que o tempo ensina.
De acordo com o Centro de Informação Europeia Jacques Delors (EUROCID), “o Dia Internacional do Idoso celebra-se anualmente a 1 de outubro. Este dia tem como objetivo destacar a importância do idoso na sociedade, bem como consciencializar para as oportunidades e desafios do envelhecimento no nosso tempo”. Em Portugal, contudo, outubro é reconhecido como o mês do idoso.
Na CCDR Centro, queremos que o Dia Internacional do Idoso seja mais do que uma data assinalada no calendário — que se transforme num convite à reflexão, ao respeito e à gratidão. Que possamos ver o envelhecer não como um fardo, mas como um privilégio. Acreditamos que cada idoso é um livro vivo, repleto de capítulos de coragem, superação e amor. Foram eles que abriram caminhos, transmitiram valores e mostraram, pelo exemplo, que o tempo não é inimigo, mas um artista que molda a alma com ternura e força.
Não podemos esquecer que, “durante as próximas três décadas, prevê-se que o número de pessoas idosas em todo o mundo mais do que duplique, ultrapassando os 1,5 mil milhões em 2050” (EUROCID).
Neste contexto, e tendo como inspiração o tema definido para 2025 — “As Pessoas Idosas Impulsionam Ações Locais e Globais: as Nossas Aspirações, o Nosso Bem-Estar e os Nossos Direitos” —, iremos dar destaque ao projeto “Rostos da Aldeia”, da Associação Rostos da Aldeia liderado pela jornalista Luísa Pinto, através da publicação de vídeos que evidenciam o papel transformador dos idosos na construção de sociedades mais resilientes e equitativas.
O projeto “Rostos da Aldeia” é uma plataforma dedicada à partilha de histórias positivas de todos aqueles que contribuem para contrariar o despovoamento, dando voz a pessoas — jovens e idosas — que lutam para o inverter.
Com o objetivo de valorizar os territórios de baixa densidade, as aldeias de Portugal são o ponto de partida para promover exemplos únicos ligados à boa hospitalidade, à gastronomia de qualidade, às artes e ofícios, às tradições e à cultura popular — exemplos que reforçam as conexões humanas, económicas e sociais essenciais ao desenvolvimento rural sustentável e inclusivo.
Almalaguês, Coimbra
Pertencente ao município de Coimbra, Almalaguês é uma freguesia que combina uma rica herança cultural, tradições artesanais e uma paisagem diversificada. Fundada há mais de mil anos por um árabe, diz-se que foi ele quem trouxe para Almalaguês o primeiro tear, inaugurando uma atividade que ainda hoje é das mais fortes na região. Com um movimento associativo muito forte, e uma notável coesão para preservar iguarias gastronómicas como o arroz doce ou os negalhos, as tecedeiras de Almalaguês e o Encontro de Gaiteiros que a freguesia organiza todos os anos tornaram esta aldeia um interessante destino de visita.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/almalagues/
Cabreira do Côa, Guarda
Cabreira do Côa é uma pequena aldeia do distrito da Guarda, localizada no extremo oeste do concelho de Almeida, já bem perto da fronteira com Espanha. Com uma altitude média de 720 metros, fica numa encosta da margem direita da Ribeira das Cabras, aninhando-se num pequeno vale abrigado por pedras arredondadas. O pequeno povoado tem no centro a Igreja Matriz, considerada uma das mais belas e amplas de todo o concelho. Tal como a igreja, também as muitas “alminhas” situadas nas encruzilhadas dos caminhos, e com relevante valor artístico, chegam até nós em precioso estado de conservação.
Mas, se o património natural e edificado é merecedor de referência e visita, o património humano é ainda de maior impacto. É na aldeia de Cabreira que vivem há quase 25 anos muitos dos companheiros da ASTA – Associação Socioterapêutica de Almeida, mostrando como é possível uma verdadeira inclusão social de pessoas com multideficiência.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/cabreira/
Alcaide, Fundão
O Alcaide é uma das mais antigas povoações da Serra da Gardunha, com uma longa história. Passou de pequeno lugar a aldeia, depois foi vila e sede de concelho. Com a criação do concelho do Fundão, que agora integra, passou a ser freguesia e voltou a ser uma aldeia, com cerca de 580 habitantes. Mas nunca deixou de ser uma aldeia importante, berço de figuras políticas como João Franco, ministro de D. Carlos, ou Cunha Leal, deputado constituinte. O Alcaide integra a rede das Aldeias de Montanha, com os seus invernos rigorosos e verões escaldantes e é considerada uma aldeia típica Beirã, onde se pode desfrutar da natureza que rodeia a aldeia e da belíssima paisagem envolvente que alcança os aluviões da Cova da Beira e a majestosa Serra da Estrela. É conhecida pela qualidade das suas cerejas e pela exuberância dos seus cogumelos. Organiza o curioso Festival dos Míscaros, em novembro, e a maior festa da aldeia realiza-se em honra de São Macário, três semanas depois da Páscoa.
https://www.rostosdaaldeia.pt/castelo-branco/alcaide/
Figueiró e Freixo da Serra, Gouveia
Estão no território mais afastado da sede do concelho, Gouveia, e desde 2013 que são uma freguesia una, mas tanto Figueiró da Serra como Freixo da Serra possuem uma identidade própria que merece bem uma visita. Na aldeia de Figueiró da Serra destaque para a curiosidade de, em tempos, ter sido sede da Ordem de Malta, e para a Capela de Santa Eufémia onde existem dois painéis atribuídos ao conhecido pintor do século XV, Nuno Gonçalves. Em Freixo da Serra, um destaque para o Museu do Freixo, um antigo forno comunitário que se tornou uma espécie de casa de memória onde é possível conhecer tradições e histórias de toda a região.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/figueiro-freixo-da-serra/
Manhouce, São Pedro do Sul
A freguesia de Manhouce é uma das maiores do concelho de São Pedro do Sul. Situa-se em pleno maciço da Serra da Gralheira, numa zona limítrofe entre a Beira Litoral e a Beira Alta, e sempre soube equilibrar o isolamento proporcionado pelo ambiente serrano com os visitantes que a atravessavam desde o tempo dos romanos. Com uma riqueza etnográfica de assinalar, Manhouce é também terra de assinaláveis atrativos naturais, como o famoso Poço Negro, e iguarias gastronómicas – a vitela de Lafões apascenta-se por aqui.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/manhouce/
Jarmelo, Guarda
Jarmelo é uma antiga vila e sede de município português, estatuto que perdeu em 1855, ano em que foi extinto e o seu território integrado no concelho (atual município) da Guarda. As primeiras referências ao Jarmelo reportam à Idade do Bronze. Em 1143, ano em que Portugal desenhou as suas fronteiras e D. Afonso Henriques assinou o tratado de Zamora, também rubricou a 1ª Carta e Foral ao Jarmelo. Foi castro romano, vila medieval, sede de concelho. As reformas administrativas foram fragmentando o território e, hoje em dia, as pequenas aldeias espalham-se por mais do que uma freguesia. Reza a lenda que um dos executantes do assassínio de Inês de Castro era de Jarmelo. Segundo a lenda D. Pedro I mandou destruir a vila de Jarmelo. Mas têm uma entidade própria e, até, uma raça autóctone: a vaca Jarmelista.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/jarmelo/
Campo Benfeito, Castro Daire
Situada a pouco mais de mil metros de altitude, a aldeia serrana de Campo Benfeito é local de visita anual para os amantes do Festival Altitudes, organizado pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro. E é também destino dos que apreciam as peças de vestuário em tecidos tradicionais (como o burel, o linho, a lã, o algodão) confecionados com um toque de ousadia e modernidade pelas mulheres que integram a cooperativa Capuchinhas. Uma aldeia que merece ser conhecida não só pelo seu património cultural e edificado, mas, sobretudo, pelas suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/campo-benfeito/
Ferraria de São João, Penela
Localizada no concelho de Penela, a aldeia de Ferraria de São João integra a rede das Aldeias do Xisto, engrossando o núcleo da Serra da Lousã. Tem pouco mais de 40 casas, e muitas permanecem desabitadas; mas há qualquer coisa especial em Ferraria, que tem permitido a chegada de novos habitantes. Pode ser a sua beleza natural (um anfiteatro de casas emoldurado por uma crista montanhosa), as suas tradições seculares, as novas ofertas turísticas. E, com certeza, a resiliência das suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/ferraria-de-sao-joao/
Referências:
EUROCID: https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-do-idoso
Rostos da Aldeia: https://www.rostosdaaldeia.pt/
Outubro é o mês dedicado aos idosos — ou, para nós da CCDR Centro, o mês de celebrar aqueles que carregam nas rugas as mais belas histórias, nas mãos o carinho mais genuíno e no olhar a sabedoria que o tempo ensina.
De acordo com o Centro de Informação Europeia Jacques Delors (EUROCID), “o Dia Internacional do Idoso celebra-se anualmente a 1 de outubro. Este dia tem como objetivo destacar a importância do idoso na sociedade, bem como consciencializar para as oportunidades e desafios do envelhecimento no nosso tempo”. Em Portugal, contudo, outubro é reconhecido como o mês do idoso.
Na CCDR Centro, queremos que o Dia Internacional do Idoso seja mais do que uma data assinalada no calendário — que se transforme num convite à reflexão, ao respeito e à gratidão. Que possamos ver o envelhecer não como um fardo, mas como um privilégio. Acreditamos que cada idoso é um livro vivo, repleto de capítulos de coragem, superação e amor. Foram eles que abriram caminhos, transmitiram valores e mostraram, pelo exemplo, que o tempo não é inimigo, mas um artista que molda a alma com ternura e força.
Não podemos esquecer que, “durante as próximas três décadas, prevê-se que o número de pessoas idosas em todo o mundo mais do que duplique, ultrapassando os 1,5 mil milhões em 2050” (EUROCID).
Neste contexto, e tendo como inspiração o tema definido para 2025 — “As Pessoas Idosas Impulsionam Ações Locais e Globais: as Nossas Aspirações, o Nosso Bem-Estar e os Nossos Direitos” —, iremos dar destaque ao projeto “Rostos da Aldeia”, da Associação Rostos da Aldeia liderado pela jornalista Luísa Pinto, através da publicação de vídeos que evidenciam o papel transformador dos idosos na construção de sociedades mais resilientes e equitativas.
O projeto “Rostos da Aldeia” é uma plataforma dedicada à partilha de histórias positivas de todos aqueles que contribuem para contrariar o despovoamento, dando voz a pessoas — jovens e idosas — que lutam para o inverter.
Com o objetivo de valorizar os territórios de baixa densidade, as aldeias de Portugal são o ponto de partida para promover exemplos únicos ligados à boa hospitalidade, à gastronomia de qualidade, às artes e ofícios, às tradições e à cultura popular — exemplos que reforçam as conexões humanas, económicas e sociais essenciais ao desenvolvimento rural sustentável e inclusivo.
Almalaguês, Coimbra
Pertencente ao município de Coimbra, Almalaguês é uma freguesia que combina uma rica herança cultural, tradições artesanais e uma paisagem diversificada. Fundada há mais de mil anos por um árabe, diz-se que foi ele quem trouxe para Almalaguês o primeiro tear, inaugurando uma atividade que ainda hoje é das mais fortes na região. Com um movimento associativo muito forte, e uma notável coesão para preservar iguarias gastronómicas como o arroz doce ou os negalhos, as tecedeiras de Almalaguês e o Encontro de Gaiteiros que a freguesia organiza todos os anos tornaram esta aldeia um interessante destino de visita.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/almalagues/
Cabreira do Côa, Guarda
Cabreira do Côa é uma pequena aldeia do distrito da Guarda, localizada no extremo oeste do concelho de Almeida, já bem perto da fronteira com Espanha. Com uma altitude média de 720 metros, fica numa encosta da margem direita da Ribeira das Cabras, aninhando-se num pequeno vale abrigado por pedras arredondadas. O pequeno povoado tem no centro a Igreja Matriz, considerada uma das mais belas e amplas de todo o concelho. Tal como a igreja, também as muitas “alminhas” situadas nas encruzilhadas dos caminhos, e com relevante valor artístico, chegam até nós em precioso estado de conservação.
Mas, se o património natural e edificado é merecedor de referência e visita, o património humano é ainda de maior impacto. É na aldeia de Cabreira que vivem há quase 25 anos muitos dos companheiros da ASTA – Associação Socioterapêutica de Almeida, mostrando como é possível uma verdadeira inclusão social de pessoas com multideficiência.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/cabreira/
Alcaide, Fundão
O Alcaide é uma das mais antigas povoações da Serra da Gardunha, com uma longa história. Passou de pequeno lugar a aldeia, depois foi vila e sede de concelho. Com a criação do concelho do Fundão, que agora integra, passou a ser freguesia e voltou a ser uma aldeia, com cerca de 580 habitantes. Mas nunca deixou de ser uma aldeia importante, berço de figuras políticas como João Franco, ministro de D. Carlos, ou Cunha Leal, deputado constituinte. O Alcaide integra a rede das Aldeias de Montanha, com os seus invernos rigorosos e verões escaldantes e é considerada uma aldeia típica Beirã, onde se pode desfrutar da natureza que rodeia a aldeia e da belíssima paisagem envolvente que alcança os aluviões da Cova da Beira e a majestosa Serra da Estrela. É conhecida pela qualidade das suas cerejas e pela exuberância dos seus cogumelos. Organiza o curioso Festival dos Míscaros, em novembro, e a maior festa da aldeia realiza-se em honra de São Macário, três semanas depois da Páscoa.
https://www.rostosdaaldeia.pt/castelo-branco/alcaide/
Figueiró e Freixo da Serra, Gouveia
Estão no território mais afastado da sede do concelho, Gouveia, e desde 2013 que são uma freguesia una, mas tanto Figueiró da Serra como Freixo da Serra possuem uma identidade própria que merece bem uma visita. Na aldeia de Figueiró da Serra destaque para a curiosidade de, em tempos, ter sido sede da Ordem de Malta, e para a Capela de Santa Eufémia onde existem dois painéis atribuídos ao conhecido pintor do século XV, Nuno Gonçalves. Em Freixo da Serra, um destaque para o Museu do Freixo, um antigo forno comunitário que se tornou uma espécie de casa de memória onde é possível conhecer tradições e histórias de toda a região.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/figueiro-freixo-da-serra/
Manhouce, São Pedro do Sul
A freguesia de Manhouce é uma das maiores do concelho de São Pedro do Sul. Situa-se em pleno maciço da Serra da Gralheira, numa zona limítrofe entre a Beira Litoral e a Beira Alta, e sempre soube equilibrar o isolamento proporcionado pelo ambiente serrano com os visitantes que a atravessavam desde o tempo dos romanos. Com uma riqueza etnográfica de assinalar, Manhouce é também terra de assinaláveis atrativos naturais, como o famoso Poço Negro, e iguarias gastronómicas – a vitela de Lafões apascenta-se por aqui.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/manhouce/
Jarmelo, Guarda
Jarmelo é uma antiga vila e sede de município português, estatuto que perdeu em 1855, ano em que foi extinto e o seu território integrado no concelho (atual município) da Guarda. As primeiras referências ao Jarmelo reportam à Idade do Bronze. Em 1143, ano em que Portugal desenhou as suas fronteiras e D. Afonso Henriques assinou o tratado de Zamora, também rubricou a 1ª Carta e Foral ao Jarmelo. Foi castro romano, vila medieval, sede de concelho. As reformas administrativas foram fragmentando o território e, hoje em dia, as pequenas aldeias espalham-se por mais do que uma freguesia. Reza a lenda que um dos executantes do assassínio de Inês de Castro era de Jarmelo. Segundo a lenda D. Pedro I mandou destruir a vila de Jarmelo. Mas têm uma entidade própria e, até, uma raça autóctone: a vaca Jarmelista.
https://www.rostosdaaldeia.pt/guarda/jarmelo/
Campo Benfeito, Castro Daire
Situada a pouco mais de mil metros de altitude, a aldeia serrana de Campo Benfeito é local de visita anual para os amantes do Festival Altitudes, organizado pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro. E é também destino dos que apreciam as peças de vestuário em tecidos tradicionais (como o burel, o linho, a lã, o algodão) confecionados com um toque de ousadia e modernidade pelas mulheres que integram a cooperativa Capuchinhas. Uma aldeia que merece ser conhecida não só pelo seu património cultural e edificado, mas, sobretudo, pelas suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/viseu/campo-benfeito/
Ferraria de São João, Penela
Localizada no concelho de Penela, a aldeia de Ferraria de São João integra a rede das Aldeias do Xisto, engrossando o núcleo da Serra da Lousã. Tem pouco mais de 40 casas, e muitas permanecem desabitadas; mas há qualquer coisa especial em Ferraria, que tem permitido a chegada de novos habitantes. Pode ser a sua beleza natural (um anfiteatro de casas emoldurado por uma crista montanhosa), as suas tradições seculares, as novas ofertas turísticas. E, com certeza, a resiliência das suas gentes.
https://www.rostosdaaldeia.pt/coimbra/ferraria-de-sao-joao/
Referências:
EUROCID: https://eurocid.mne.gov.pt/eventos/dia-internacional-do-idoso
Rostos da Aldeia: https://www.rostosdaaldeia.pt/
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